16/06/2013

Amor de verão – Parte ll


Meu pai não gostou muito da ideia de eu ter convidado um menino para jantar conosco, já minha mãe amou a ideia, resolveu até fazer um prato especial.
A mesa já estava quase pronta. Alguém bateu na porta e meu pai foi atender enquanto eu e minha mãe terminávamos de pôr a mesa.
Ouvi vozes na sala, era ele que havia
chegado. Ouvi uma voz feminina, era a namorada dele. Então resolvi ir até a sala para conhecê-la.
Quando entrei na sala fiquei em choque, não acreditava no que meus olhos viam, era a Karen, uma amiga de infância, ela costumava ir brincar comigo na praia nas férias.

- Olá Drica! Quanto tempo...
- Olá Karen! – Realmente não acreditava no que via e minha vontade era sair correndo.
- Como estão as coisas? Por que ficou tanto tempo sem vir aqui?
- Meu pai não tinha muito tempo. Estava trabalhando muito, só agora conseguiu arrumar um tempo para vir. Não é pai?
- É sim. Agora vamos comer que estou com muita fome.

Sentamos e saboreamos a deliciosa comida que minha mãe tinha feito. Falamos sobre o que tinha acontecido nesses cinco anos que não nos víamos, mas ninguém comentou sobre os dois estarem juntos.
O jantar acabou e eu arrumei uma desculpa para sair de perto deles e ir pro meu quarto, estava precisando chorar. Disse que estava passando mal.

Joguei-me na cama e desabei, não entendia porque eles estavam juntos. Havia se passado cinco anos e eu não podia exigir nada da Karen.
Alguém bateu na porta, logo enxuguei minhas lágrimas e abri a porta.
- Ah, é você Karen.
- Desculpe incomodar, mas vim saber se precisa de algo e avisar que estamos indo já.
- Está tudo bem, daqui a pouco passa é só uma dorzinha, nada demais.
- Tá bom, então depois agente se fala. – Notei que ela estava triste, mas saiu sem dizer nada.
Logo em seguida ele entrou me senti muito envergonhada por está com a cara inchada de tanto chorar.
- Posso falar com você? – Disse ele.
- Se for pra perguntar se estou bem, nem precisa porque eu já estou um pouco melhor.
- Não é isso. É sobre eu e você. – Congelei.
- Como assim? Não estou entendendo.
- Eu sei que você me ama e deve estar sofrendo porque me viu com a Karen. Saiba que no começo ela ficou preocupada com o que você iria pensar. A história é longa, mas vou resumir um pouco pra você. – Ele deu um longo suspiro. – Os pais dele morreram há 3 anos, desde então sempre estive ao seu lado, ela não tem ninguém, os pais dela eram os únicos familiares que ela tinha. Então ela teve que ir morar em um orfanato e meus pais ficaram indignados com isso e resolveram adotá-la. Já faz um ano e meio que ela mora conosco. Ela me contou o que sentia por mim, eu não sabia o que fazer, não queria vê-la sofrer ainda mais, então começamos a namorar, confesso que no começo não sentia nada por ela, mas depois de um tempo me apeguei a ela e vi o quanto ela é especial pra mim. Meus pais no começo não aceitaram muito, mas depois de conversarmos eles decidiram deixar namorarmos, ela ficou tão feliz e confesso que eu também. Só de vê-la feliz eu fico feliz.  – Ele começou a chorar.
- Eu não sei o que dizer.
- Não precisa, eu ainda não terminei. Drica eu não tive oportunidade de lhe dizer isso porque não tinha coragem, mas hoje eu sou maduro o suficiente pra lhe dizer que te amo á mais de cinco anos.

Não acreditava no que tinha acabado de ouvir. Senti-me mal pela Karen. Coitada dela devia está sofrendo muito, mas por outro lado ele disse que me amava á mais de cinco anos.
- Jhony eu o amo tanto. – Corri e o abracei com toda minha força. Choramos e ficamos abraçados por alguns segundos.  – Espero que você faça-a muito feliz, afinal ela é minha amiga – sorrimos.
- Pode deixar pequena, seja feliz também!
- Sim eu vou ser.
- Agora tenho que ir, tchau! – Beijou-me na testa e foi embora.

Naquela noite mal consegui dormir, olhava da janela as estrelas e o brilho da lua que refletia sobre o mar. Pensei em tudo que ele havia me dito e percebi o quanto ela precisava dele.
Ele foi apenas um amor de cinco verões passados, mas que deixou uma marca dentro de mim.

Apesar de tudo estou feliz por eles, quem sabe no próximo verão eu não encontre um novo amor aqui nessa mesma praia.




                                                                                                 - Larissa Farias

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