03/07/2013

Tudo mudou


Estava muito feliz, tinha acabado de passar em uma prova pra uma bolsa de estudos nos Estados unidos, mas fiquei um pouco pensativo porque eu tinha uma namorada e a amava muito. Eu tinha que pensar no nosso futuro eu queria me casar com ela, mas como eu iria passar alguns anos fora decidi terminar porque não queria que ela ficasse triste me esperando por anos, talvez ela pudesse encontrar outro cara ou sei lá. Resolvi ligar pra ela.
- Oi amor. – Disse ela.
- Oi meu amor, eu tenho uma notícia muito boa pra te dar e uma muito ruim. Qual você quer primeiro?
- Nossa! Também tenho uma notícia pra te dar, é maravilhosa! Mas me conta a notícia boa primeiro.
- Bom, a boa é que eu consegui passar na prova que eu fiz, amor eu vou estudar nos Estados Unidos! A notícia ruim é que temos que terminar nosso namoro, eu sei que você me ama e eu te amo muito também, eu não quero que fique triste esperando por mim, então eu decidi terminar, vou passar muitos anos fora do país, me perdoa é meu sonho e eu tenho que fazer isso. Nada nessa vida vai me fazer mudar de ideia, prometo que assim que eu voltar eu te procuro imediatamente.
- Como assim? Você vai me deixar? Nada vai te fazer mudar de ideia? Mas...
- Desculpa meu amor?
- Não. Quando você viaja?
- Essa madrugada.
- Não acredito. Não me deixe, por favor, eu preciso muito de você. Tenho uma coisa pra falar com você que talvez faça você mudar de ideia.
- Não, por favor, não me fale eu tenho que ir, não destrua meu sonho.
- Tudo bem, se você prefere assim. Só quero que saiba que quando voltar não estarei aqui, mas te deixarei algo muito importante. – Disse ela chorando e em seguida desligou o telefone.
- Como assim? Amor...

Não entendi o que ela quis dizer com aquilo, mas tudo bem. Já estava decidido eu iria viajar.
Estudei durante quatro anos nos EUA. Escrevi várias cartas para ela, mas nunca me respondeu nenhuma. Chegou o grande dia de voltar pro meu país e de procura-la afinal devia milhares de desculpas a ela por ater a abandonado, mas agora tudo ia se acertar, estava disposto a procura-la. Acabei tendo uma resposta em minha última carta mandada, na carta dizia para eu espera-la no parque onde nos conhecemos. Mal podia conter minha felicidade, ela havia me perdoado? Não pensei muito e fui imediatamente para o aeroporto.
Cheguei pela manhã, minha mãe estava no aeroporto a minha espera, perguntei sobre a Laura, mas não tinha notícias dela desde que eu fui embora. Não importava dali mesmo eu iria encontra-la. Passei em casa para deixar algumas malas e me dirigi para o parque.

Esperei durante quase duas horas até que uma menina linda que devia ter uns 4 anos se aproximou de mim.
- Oi meu nome é Wendy. Você é o Pedro?
- Olá Wendy! Sou sim, você me conhece de algum lugar? – Achei muito estranho uma criança ter vindo me perguntar isso, ainda mais uma criança que nunca havia visto na minha vida.
- Espera só um pouquinho. Tia, tia, tia! É ele, vem cá?
- Olá Pedro! Como vai?
- Luana? Como assim? Essa criança é sua sobrinha? Onde está a Laura? O que está acontecendo?
- Calma irei te explicar tudo. Primeiro essa criança é minha sobrinha sim e segundo a Laura não está aqui, ela mesma te disse que não estaria aqui quando você voltasse e que te deixaria algo especial, terceiro esse algo especial é a Wendy, ela é sua filha.
- O que? – Não acreditei no que ela disse. Minha filha? Como assim? Então era isso que a Laura queria me contar. Por alguns segundos senti meu corpo adormecer e  meus olhos encherem de lágrimas. – Onde está a Laura? Eu quero vê-la.
- Sinto muito Pedro,  a Laura morreu no parto.
- O que? Pare de mentir, não pode ser isso não está acontecendo. – Ajoelhei-me em prantos. – É tudo culpa minha, eu a deixei quando ela mais precisava de mim.
- Não Pedro, ela escolheu assim, a gravidez foi de risco e ela teve que escolher entre ter sua filha ou morrer. Ela escolheu a Wendy.
- A Laura fez isso? Por quê? – A cada revelação que a Luana fazia eu me sentia pior, me sentia um lixo.
- Ela fez porque esse era o sonho de vocês, ter uma filha e ela jamais iria querer tirá-la.
- Minha filha. – Peguei aquela criança que mais se parecia uma bonequinha e a abracei como nunca havia abraçado alguém, olhei em seus olhos e vi o olhar da Laura, percebi que havia alguns traços meu . – Sorri.
- Eu estava esperando por você papai você demorou. – Sorriu.
- Eu te amo querida, me perdoa?
- Não precisa pedir perdão, eu te perdoo e a mamãe também. – Sorrimos e nos abraçamos.




                                                                                        - Larissa Farias

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